Abro a porta,
o vento sacode
as janelas com ímpeto,
é enternecedor, refresca,
renova o ar, suaviza o ambiente
ganha um novo fôlego, a aragem
é inebriante, calma,
a paz lateja nos pensamentos
e cai devagarinho, roçando o coração
deslizando pela alma que ama
e guarda um sorriso
que se revisita, no rosto
que se perde buscando
um olhar, apenas um olhar,
com nome...
Olha a linha do horizonte,
e lá, na linha que o define,
o encontra sobre o fio que o demarca,
e como um trapezista
vai pela vida, arriscando, equilibrando
mais um passo e de olhos fechados
suspensa no ar, os pés estão lá
seguros, o vento bate, açoita
fustiga, mas nada se mexe
porque o fio é como uma rocha
que sustém os pés, e vai embalando
no pensamento uma canção, cuja melodia
explode em acção e força:
Tudo posso naquele que me fortalece...
E aquela que sou eu, porque creio,
venço em meio ás tormentas,
crendo que sou vencedora
e sei que chego lá,
mesmo nas voltas da revolta.
Ilesa, solto-me, jogando-me
no infinito que és Tu,
para mais uma vez desfrutar,
o belo que me dás na ausência.
Porque presença e ausência
é algo que não importa,
quando esperamos, quando o querer
e o amor gritam no coração,
e explodem na alma,
vivificando-se no espírito,
fortalecendo-se, ele acalma
e vive derramando amor
e o seu grito ama com a chama
do amor incondicional.
Alice Barros
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