Elevo os meus olhos para o céu , de onde vem o meu socorro!

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Celebrar o nascimento do amor menino





Ia longa a noite! O menino corria,
nos olhos levava duas estrelas e sorria.
Todo o amor que trazia no coração
apenas com o olhar derramava
e inflamava os olhos de quem passava,
a sua presença alegre e cativante
contagiava, o brilho reluzente
aquietava toda a gente e a ternura
em cada gesto fluía, o seu querer
era tão profundo, que submergia
as dores do mundo, adormecendo-as
no brilho da estrelas que pendiam dos seus olhos.
A menina Violeta, sentada no oitavo degrau
rumo ao céu, contemplava o menino aguardando,
mas o menino estava mais preocupado
em acender os olhos apagados do mundo,
por isso voava dentro de cada olhar
e com a doçura do seu sorriso
desprendia as estrelas
que estavam coladas ao céu
e uma a uma, as colocava a brilhar
nos olhos que tristes que andavam a vaguear
sem rumo e lá ia o mundo a saltitar
com as estrelas pregadas aos olhos
para se alhear das dores
ainda que fosse só por um segundo.
O menino olhou para cima e agradeceu,
mas logo ali, a menina violeta reconheceu,
surpreendido estendeu-lhe a mão
convidando a menina a descer
mas o que ele não sabia, era que a menina
que era violeta enquanto descia
tornou-se a luz dos seus olhos,
porque enquanto se encontrava sentada
no degrau a caminho do céu,
estava a carregar nos seus olhos,
todo o brilho das estrelas,
para ajudar o menino a insuflar mais vida
ao mundo, neste Natal, para celebrar
o nascimento do amor menino,
que agora crescia dentro de cada coração.
enterrando a matéria despindo-se de provisão
tendo apenas como agasalho o amor
nesta época em que se reunem as famílias
e á meia noite na partilha dos presentes
desembrulham-se abraços presos por um laço
aqueles que não se deram durante o ano todo
e aqueles sorrisos que estavam guardados
na gaveta dos lábios desabrocham agora,
a ternura vai jorrando e os corações
derretem a pedra da indiferença
para deixar o cristal do perfume do amor
quebrar-se e como um nardo puro
vai impregnando o ar de aroma celestial
O menino e a menina violeta sorriem felizes,
olham agora um para o outro irradiando luz
e vêem a sua missão cumprida,
na celebração do nascimento de Jesus,
de mãos dadas sobem os degraus e no oitavo,
foram elevados por dois Querubins
que os carregaram nos braços
voando rumo aos portões do céu
onde Deus os aguardava
para lhes agradecer por toda a luz
que do trono carregaram para o mundo aquecer,
naquela noite fria de Natal
em que o amor colidia com o iceberg
que agora em cada peito
derretia pelo calor que dos olhos
jorrava e o amor ali se partilhava
e livre da agonia se repartia
em Cânticos de alegria,
com vestes de Salvação.

Alice Barros


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