Elevo os meus olhos para o céu , de onde vem o meu socorro!

Elevo os meus olhos para o céu , de onde vem o meu socorro!

domingo, 8 de agosto de 2010

A SAÚDE FÍSICA E MENTAL



A SAÚDE FÍSICA E MENTAL

Leitura Bíblica: Gênesis 2.16,17; 6.3; Sl 90.10.


'Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma' (3 Jo v.2).

INTRODUÇÃO
O mundo pós-moderno é testemunha ocular do avanço da ciência e da medicina. Sonha em abolir de vez os problemas de saúde. A indústria farmacêutica tem desenvolvido remédios capazes de combater várias enfermidades. Todavia, a falta de saúde tem sido um fato da vida desde a queda do homem no Éden. Apesar da grande quantidade de métodos terapêuticos, remédios, hospitais e clínicas especializadas, nunca houve tantas pessoas enfermas no corpo e na alma, como nos últimos tempos. Nós, que conhecemos a Palavra de Deus, sabemos que esse quadro é conseqüência do pecado, transmitido a todos os homens (Rm 5.12). Logo, se não houvesse pecado, não haveria enfermidade.

Desde a entrada do pecado no mundo, nossos corpos têm sido alvo das enfermidades, que deterioram o corpo e levam à morte. Não foi esse o plano de Deus, mas por causa da desobediência do homem, as doenças assolam a humanidade. Cremos que Deus tem o poder para curar todas as doenças físicas e mentais, mas isso não nos isenta de fazer a nossa parte no que tange ao cuidado do nosso corpo, que é o templo do Espírito Santo.

Quando o homem se conscientiza que a saúde é uma dádiva divina, é um estado que corresponde ao propósito de Deus, um dentre tantos dons que o Senhor nos concede, reconhece a necessidade que tem, diante do Senhor, de se esforçar para a sua manutenção, sabendo que, como tudo é do Senhor (Sl.24:1), terá de prestar contas do que fez com o seu organismo durante o tempo de peregrinação sobre a face da Terra (Sl.119:19a).

O cuidado com a saúde insere-se, portanto, dentre aquelas tarefas que foram cometidas ao ser humano na sua qualidade de “mordomo-mor” sobre a face da Terra. Temos de cuidar de nosso organismo, porque a vida é um dom dado por Deus (Gn.2:7; I Sm.2:6) e que nos está “emprestado”, que nos foi dado em confiança, motivo por que deveremos prestar contas do que tivermos feito com ele, em especial aqueles que alcançarem a salvação na pessoa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Co.5:10).

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
As doenças são inevitáveis, como, então, enfrentá-las? A doença é algo que vem ao homem por causa da entrada do pecado no mundo, mas pode ser tanto um castigo divino, como uma oportunidade para a manifestação das obras de Deus, como resultado de negligência do homem no desempenho da sua mordomia em relação a seu corpo e a sua mente.

O primeiro passo para enfrentarmos uma doença é saber a sua causa, a sua origem. Se a doença é fruto de um castigo divino, de uma punição do Senhor, em vão será nossa ida aos médicos, pois se se trata de uma ação divina, de uma “ferida” de Deus, os médicos nada poderão fazer para debelá-la. “Operando Eu, quem impedirá?”, diz o Senhor por intermédio do profeta (Is.43:13). Na Bíblia, temos dois exemplos elucidativos desta realidade: Miriã, feita leprosa por ação direta do Senhor, foi curada, depois que Moisés pediu a Deus que a curasse(Num 12:1-15). Detectado o problema da doença, obteve-se a cura. Já no caso do rei Asa, igualmente ferido pelo Senhor, não foi ele curado, já que buscou ajuda junto aos médicos, quando o seu problema era diante do Senhor, pelo mal que fizera a um profeta(2 Cr 16:12).

A falta de conhecimento da causa da doença tem sido um dos principais fatores para a desorientação e para o grande sofrimento que acometem muitos crentes e seus familiares em instantes de doença. Corre-se de um lado para outro, visitam-se médicos de todo tipo e de todos os lugares, não raro esgotando-se os recursos econômico-financeiros de muitos, a exemplo do que ocorreu com a mulher do fluxo de sangue (Mc.5:26; Lc.8:43), quando a questão é de outra natureza.

Por falta de discernimento, também, fazem-se filas de pessoas orando pelo enfermo, dia após dia, sem qualquer resultado efetivo, gerando apenas escândalo e descrédito, também porque o doente não fez a sua parte, pedindo a Deus a revelação da causa do mal, Deus que continua a revelar Seu segredo aos Seus servos (Am.3:7). Se formos humildes, se nos pusermos debaixo da potente mão de Deus(I Pe.5:6), nestes momentos de enfermidade, certamente teremos o discernimento espiritual e, guiados pelo Espírito de Deus, saberemos tirar importantes lições destes momentos, pois Deus também é o autor do dia mau, feito para que nos resistamos durante a sua passagem (Pv.16:4; Ef.6:13).

Devemos, portanto, ante a doença, buscar a orientação divina, a direção do Espírito Santo, para não só sabermos a causa da doença, como também como devemos nos conduzir durante o seu tratamento. Assim fazendo, contribuiremos não só para a nossa saúde, como para o fortalecimento espiritual próprio, da igreja e de todos os que estão à nossa volta. Mesmo na doença, o crente pode ser uma bênção!

Não é falta de fé nem demonstração de incredulidade a ida de um crente a um médico. Muito pelo contrário, em momento algum nas Escrituras há qualquer menosprezo ou desprezo pela atividade médica, sem dúvida uma das mais sublimes da humanidade. Um dos grandes escritores da Bíblia Sagrada e grande cooperador do apóstolo Paulo era médico, Lucas, que é afetuosamente chamado por Paulo de “médico amado” (Cl.4:14). Não nos esqueçamos das palavras do Senhor Jesus, no sentido de que os doentes precisam de médico (Mt.9:12; Mc.2:17; Lc.5:31). No entanto, precisamos ter o devido discernimento espiritual para sabermos se a ida ao médico solucionará, ou não, o problema da doença. Este discernimento espiritual deverá ser obtido pelo próprio doente. Não podemos julgar os outros, pois não sabemos o que há no interior do homem (I Sm.16:7) e, portanto, cabe ao próprio doente descobrir o motivo de sua doença. Quando muito, podemos interceder por ele junto ao Senhor, consolá-lo e confortá-lo, por meio de visitas, impor as mãos sobre ele e orar para que seja curado, mas jamais julgá-lo. Não cometamos o mesmo erro dos amigos de Jó!

Se o problema for de pecado, o doente deve confessá-lo e dele se arrepender para que alcance a cura. É por isso que Tiago ensina que, nestes casos, mormente quando a doença seja tal que não se permita a locomoção até a igreja local, deva o doente solicitar a visita de um presbítero, a fim de que, após a confissão, haja a oração, com a unção com óleo, que trará a cura (Tg.5:14,15).

Se o problema não for de pecado, mas de manifestação da obra de Deus, devemos aguardar que o Senhor faça a Sua obra, o que poderá ocorrer tanto na cura quanto na morte física. Devemos ter a resignação como conduta, pedindo a Deus misericórdia para suportar o sofrimento e intensificando a nossa comunhão com Ele. Estejamos certos que, se se trata de uma provação divina, ela é para o nosso bem, para melhorar nossa condição diante do Senhor (Rm.8:28). As dores, o incômodo, o sofrimento não são fáceis, mas peçamos ao Senhor que tenha misericórdia de nós, que nos console e conforte para que o Seu propósito seja cumprido. Jó assim procedeu e, antes de ser sarado pelo Senhor, testemunhou que todos os pesadelos, todas as dores, todo o sofrimento atroz de sua enfermidade física lhe havia proporcionado uma maior intimidade com Deus (Jó 42:1-6).

Se a doença tiver como causa a negligência em o nosso cuidado com o corpo, devemos, sim, ir ao médico e observar as suas orientações. Devemos mudar a nossa forma de cuidar do organismo, sabendo que aquilo que semearmos, haveremos de colher, até porque Deus não Se deixa escarnecer (Gl.6:7). Faz-se preciso ter um “modus vivendi” saudável, de acordo com a vontade do Senhor, evitando, de todas as maneiras e formas, nos acomodarmos à maneira de viver dos homens dos tempos trabalhosos. Não podemos assumir a forma deste mundo, não podemos nos conformar com este mundo (Rm.12:2) e isto não está relacionado apenas com o aspecto espiritual, mas, também, com a forma como cuidamos de nosso corpo e da nossa mente.

Infelizmente, são muitos os cristãos que estão se deixando levar pelos pensamentos e concepções deste mundo, prejudicando grandemente a sua saúde. Mantêm uma dieta alimentar inadequada, rendem-se ao sedentarismo e à agitação cada vez mais intensa, sacrificando a sua saúde física e mental, sem qualquer necessidade. Não acolhamos o modo de vida insano daqueles que estão cegos em seu entendimento pelo adversário de nossas almas. Tenhamos uma vida saudável, que corresponda à vontade do Senhor.

I. A ORIGEM DAS DOENÇAS
O pecado trouxe à humanidade a triste conseqüência do sofrimento, da doença e da morte física e espiritual (Rm 6.23).

1. O pecado no Éden. As doenças originaram-se da queda do homem no Éden. Antes do pecado, não havia enfermidades, desgastes, envelhecimento e morte, mas a desobediência de nossos primeiros pais trouxe medo, moléstias, deterioração e morte (Gn 3.10,17-19).

A primeira enfermidade foi de ordem emocional. A Bíblia sustenta que Adão e Eva, ao pecarem, sentiram medo (Gn 3.8-10). Depois, certamente sobrevieram-lhes as demais seqüelas emocionais, psicológicas e físicas. É do pecado, como estado e como ato, que procedem todas as doenças.

A doença é uma conseqüência do juízo divino sobre a humanidade, feita ao primeiro casal, por causa do pecado. Herdamos do primeiro casal, em cujos lombos já estávamos (cfr. Hb.7:10), a natureza pecaminosa e passamos a viver numa terra amaldiçoada em virtude da iniqüidade. Nascidos à imagem e semelhança de Adão (Gn.5:3), concebidos em pecado (Sl.51:5), não temos como deixar de possuir um corpo que está marcado para tornar à terra, como também uma natureza que, adquirida a consciência, nos leva a pecar contra Deus. Estamos destinados a tornar à terra e, como tal, não temos como fugir da doença. Pode ser que morramos por motivo outro que não a doença, mas jamais podemos dizer que, por causa da salvação, jamais ficaremos doentes.

A saúde é o pleno funcionamento do organismo humano, o cumprimento do propósito divino, pois foi Deus quem criou o homem (Gn.1:26,27), como, aliás, estudamos na lição anterior.

Para que houvesse plena saúde, porém, seria preciso que o homem se mantivesse de acordo com o propósito divino, que era, como vemos no relato da criação, o de manter uma comunhão com Deus e de, a partir desta comunhão, dominar sobre a criação terrena. Contudo, o homem não obedeceu a este propósito divino e pecou. Ao desobedecer a Deus, o homem perdeu este estado de equilíbrio, tanto que um dos juízos lançados por Deus sobre ele foi o da morte física: “…maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também de produzirá e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás…” (Gn.3:17-19).

A sentença divina sobre o homem, por causa do seu pecado, atingiu diretamente a questão da saúde. A terra, antes o local da realização do propósito divino para o homem, passou a ser um obstáculo para este mesmo ser humano. A terra foi maldita e, como algo maldito, traria infelicidade, incômodo e aborrecimento para o homem. A natureza passou a colaborar para um crescente desequilíbrio do organismo humano, desequilíbrio que levaria, mais cedo ou mais tarde, à extinção da atividade, com a degeneração do organismo, que estaria fadado a se desfazer, voltando a ser pó, o mesmo pó que o Senhor havia tomado para formar o homem.

2. A corrupção do gênero humano. Com a maldição da terra o homem passou a ter a natureza como um obstáculo, como um fator de empecilho, em vez de um complemento que só lhe trazia alegria e ajuda na sua sustentação (Gn.2:9). A natureza passou a colaborar com a perda da saúde, passou a ser um fator que contribuiria para a corrupção progressiva e constante do corpo humano. Daí termos o fato de a natureza ter seres que, para o homem, são geradores de doenças, os chamados “agentes patogênicos”. Isto é resultado da sentença divina sobre o homem, por causa do pecado, algo que somente será modificação depois que a natureza for redimida (Rm.8:19-23), o que ocorrerá apenas por ocasião do reino milenial de Cristo (Is.11:6; 65:25).

Como se não bastasse o fato de a natureza passar a colaborar para a degeneração do homem, temos que o próprio organismo humano, por si só, após o pecado, haveria de iniciar sua marcha para a sua extinção. Como resultado do pecado, o corpo humano passou a sofrer de uma degeneração contínua, independentemente da ação de “agentes patogênicos”, porque o Senhor estabeleceu que o homem deveria tornar à terra, ou seja, que haveria uma inexorável e inevitável caminhada do organismo de volta à terra, ou seja, que o corpo tenderia a se desfazer, a deixar de existir enquanto tal.

À medida que o pecado crescia no mundo, diminuía a duração da vida humana na terra. No início da criação, o homem vivia centenas de anos (Gn 5.1-27), mas com a multiplicação da iniqüidade, Deus limitou-lhe a vida a 120 anos (Gn 6.3,5-7;11,12). Mais tarde, na dispensação da Lei, a média da vida humana decresceu para 70 anos (Sl 90.10).

3. A desobediência ao Senhor. As doenças, em seu aspecto geral, são provenientes da desobediência do homem às leis de Deus e da fragilidade do corpo humano. Vivemos em um mundo bastante enfermo. Há doenças que são originárias exclusivamente da obstinada desobediência. Deus alertou o povo de Israel sobre isso, como bem disse o nosso comentarista: Deus prometeu ao povo de Israel abençoá-lo grandemente, caso obedecessem à sua voz (Dt 28.1-13). Em contrapartida, se desobedecessem, levariam sobre si as maldições proferidas no Monte Ebal (Dt 27.11-26), entre as quais todos os tipos de enfermidades.Está escrito: 'Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna' (Gl 6.8).

O resultado da desobediência do homem e da sua tentativa de construir para si padrões de conduta alheios à vontade de Deus resultou nos grandes dilemas que hoje, como em nenhum outro momento da história humana, vivemos nesta 'grande aldeia global' em que se tornou o nosso planeta, dilemas estes que, não raro, abalam a fé de muitos servos de Deus que, à revelia da própria Palavra de Deus, acabam cedendo a padrões, princípios e procedimentos que são radicalmente contrários à vontade do Senhor.

O homem, imerso no pecado(Rm.3:9-12,23), separado de Deus (Is.59:2), cegado pelo deus deste século (II Co.4:4), não pode ter senão comportamentos e condutas que desagradam a Deus, estabelecendo-se, pela arrogância dos homens, um relativismo ético, ou seja, um conjunto de condutas e de regras de comportamento que se alteram conforme a conveniência e de acordo com as circunstâncias, a gerar uma tolerância ilimitada, um verdadeiro caminho largo, em que tudo é permitido (Mt.7:13). O resultado disto é o surgimento de um vazio espiritual, de uma falta de orientação e de princípios, que deixa a humanidade perdida e sem qualquer direção, com funestas conseqüências: doenças físicas e mentais.

II. A PROLIFERAÇÃO DAS DOENÇAS FÍSICAS
Dentre as características dos homens deste mundo pós-moderno está a amizade com os deleites acima da amizade com Deus (II Tm.3:4). A busca incessante do prazer a todo custo tem sido uma tônica da atualidade. O resultado disto, diante da incontinência, que também é característica do nosso tempo, é um sem-número de doenças e de enfermidades que atingem níveis nunca antes vividos no planeta, de tal sorte que, apesar de todo o desenvolvimento da ciência, está a humanidade a enfrentar um número espetacular de epidemias e endemias em todo o planeta, doenças incuráveis e que estão a matar cada vez mais e cuja cura, muitas vezes, é impossível, porque se encontra além das próprias possibilidades da ciência, por mais evoluída que ela possa ser.

Apesar do notável avanço da ciência, há determinados tipos de doenças que continuam ceifando milhares de vidas. Vejamos:

1. Infarto. O infarto do miocárdio mata cerca de 350.000 pessoas por ano no Brasil. Dentre as causas que provocam este mal destacam-se o estresse e os maus hábitos alimentares.

2. Câncer. Continua sendo uma das enfermidades mais temidas e devastadoras do mundo. Atinge a qualquer pessoa indistintamente, inclusive os crentes. É preciso orar e ensinar, com base na Palavra de Deus, sobre a cura divina, mudança de hábitos e estilo de vida.

3. Acidente Vascular Cerebral (AVC). É a terceira causa de mortes no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Infelizmente, muitos servos de Deus têm sido vítimas desse terrível mal.

4. Doenças sexualmente transmissíveis (DST). A busca incessante do prazer tem multiplicado os problemas relacionados com as doenças sexualmente transmissíveis (DST), entre as quais ganha relevo a “AIDS” ou “SIDA” (síndrome de imunodeficiência adquirida), enfermidade que tem matado milhões de pessoas anualmente em todo o mundo, apesar dos esforços gigantescos dos governos e das grandes corporações da indústria química em busca de uma cura. Não só a “AIDS”, mas todas as demais doenças sexualmente transmissíveis (cada vez mais freqüentes e que não são debeladas, embora muitas tenham cura) revelam um ambiente de promiscuidade e de prostituição, uma sexualidade que está totalmente em desacordo com os princípios estabelecidos por Deus. O homem, na sua arrogância e rebeldia, não admite reconhecer a necessidade de uma modificação de sua conduta sexual, preferindo criar paliativos como o “sexo seguro” e a massificação do uso de preservativos, a admitir que a segurança e a saúde dependem, fundamentalmente, de se voltar ao que determina a Palavra de Deus a respeito. Não é à toa que, embora os grupos de risco tenham sido modificados ao longo dos anos, jamais se encontre entre eles o grupo dos verdadeiros e genuínos servos do Senhor que praticam o sexo conforme os ditames da Bíblia Sagrada.

5. Obesidade. Outro grave problema de saúde dos nossos dias é a obesidade, já considerada uma verdadeira endemia, inclusive, e a começar dos países desenvolvidos, ditos de Primeiro Mundo. A obesidade é resultado de uma alimentação desequilibrada, fundada em alimentos industrializados e que são produzidos sob o prisma do lucro cada vez maior, bem como de um sedentarismo, que é fruto do luxo e do conforto buscados cada vez mais pela “sociedade globalizada de consumo”. A falta de exercícios físicos e a má alimentação resultam no aumento da massa corporal, com inevitável comprometimento das funções orgânicas, gerando uma série de desequilíbrios, que nada mais são que fatores geradores de doenças. Hoje, temos crianças e adolescentes sofrendo de enfermidades que eram, até pouco tempo atrás, peculiares aos idosos, como hipertensão arterial, diabetes e arterioesclerose. O combate à obesidade exige uma total transformação do atual “modus vivendi” da humanidade, o que está fora do alcance da ciência médica. A ganância, a busca do luxo, o amor ao dinheiro (I Tm.6:10), não permitem que se reverta um quadro tão prejudicial ao gênero humano.

6. Doenças oriundas da Desnutrição. Outro grave problema de saúde registrado nos dias atuais são as doenças oriundas da desnutrição alimentar e das precárias condições de saneamento básico em todo o mundo. Milhões de pessoas morrem por causa das péssimas condições de higiene a que estão submetidas, bem como por causa da fome. A miséria e a exclusão de milhões de pessoas dos benefícios do progresso e da civilização têm gerado mortes sobre mortes. A contaminação da água pela falta de sistemas de esgotos, a falta de tratamento da água, a falta de alimentação num mundo cada vez mais poluído e hostil à espécie humana são causadores de inúmeras doenças e mortes. Os tempos trabalhosos dos homens “amantes de si mesmo”, “cruéis”, “sem amor para com os bons” têm produzido milhares de mortos entre crianças inocentes e pessoas que sofrem o processo desumano e antibíblico de exclusão social e de concentração de renda nas mãos daqueles que estão a enriquecer cada vez mais, da “futura corte do Anticristo” (cfr. Ap.18).

III. DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS
O corpo e a alma estão intimamente ligados - o que afeta um, lesa também o outro. Muitas doenças são provocadas por problemas emocionais decorrentes da ansiedade e da falta de equilíbrio emocional.

Os tempos trabalhosos em que vivemos são dias de inúmeros distúrbios mentais. Praticamente não há pessoa que não se queixe de problemas relacionados com a mente, sejam problemas emocionais, sentimentais, afetivos, sejam distúrbios mais graves. O fato, entretanto, é que as enfermidades psíquicas têm aumentado a cada dia que passa.

O aumento do pecado no mundo é, sem dúvida, o principal motivo para a intensificação dos problemas psíquicos, das enfermidades mentais. Os tempos trabalhosos são tempos de desamor, de egoísmo, de crueldade, de ingratidão, de falta de afeto natural. O individualismo e egoísmo crescentes levam à completa desconsideração do próximo, levam a um progressivo e contínuo isolamento das pessoas, a uma desconfiança cada vez maior. Tudo isto abala a estrutura psíquica do ser humano, que não foi feito para viver só (Gn.2:18), que necessita ter um mínimo de convivência com o próximo, que precisa amar e ser amado, que necessita receber afeto e carinho, que depende de uma condição mínima de convivência para que possa viver.

Os dias de hoje, entretanto, são dias de crueldade, de egoísmo, em que as pessoas temem relacionar-se com outras (muitas vezes face à exorbitante violência que tem pairado sobre a sociedade, independente de posição social), medo este que já está se tornando pavor diante da crueldade e da ingratidão reinantes. Neste isolamento de tudo e de todos, os homens angustiam-se, entram em depressão, recorrendo a subterfúgios que somente aumentam ainda mais as suas carências.

O uso de drogas para se fugir da realidade e se alcançar a alegria momentânea, a busca do prazer sexual como sucedâneo do amor, a procura das riquezas para se fazer reconhecido e respeitado no meio social, o uso da tecnologia para a criação de mundos virtuais, tudo tem sido vão na solução deste impasse, nesta incessante e incansável investigação para se obter o equilíbrio mental e psíquico, algo que somente se obtém mediante o restabelecimento da comunhão com Deus, o que se faz somente por intermédio de Jesus Cristo. Como diz a “Verdade Prática” deste tema, ora em estudo: “O presente século está marcado pelo medo, expectação e ansiedade. Só a paz de Deus pode tranqüilizar o coração humano”.

Segundo o Pr. Elinaldo Renovato:

1. Tudo começa na mente. Se a mente não estiver sã, o corpo também não estará. De acordo com a Medicina e a Psicologia, muitas doenças são causadas por problemas emocionais, tais como medo, inveja, ira, mágoa, ódio. A Bíblia adverte que não devemos estar inquietos por coisa alguma e que precisamos ter paz interior (Fp 4.6-8). Por isso, amar e perdoar são sentimentos preventivos contra as doenças mentais e emocionais (Jo 13.34,35; Cl 3.13; Sl 18.1a; Rm 12.10).

2. Doenças causadas por tensão emocional. Há inúmeras doenças que têm origem nesse terrível inimigo da saúde. Por isso, a Bíblia ensina: 'O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos' (Pv 17.22). Ler Pv 14.30; 15.13; Ne 8.10.

3. Fatores que contribuem para doenças psicossomáticas.

a) Competitividade excessiva. O mundo moderno é extremamente competitivo, razão pela qual grande parte das pessoas é ansiosa. A Bíblia nos recomenda 'descansar no Senhor' (Sl 37.5,7; Mt 6.30-34).

b) Luta pelo sucesso profissional. A falta de preparo profissional, o desemprego e a obtenção de um bom desempenho profissional, levam muitos a ficarem frustrados. O crente em Jesus não se desespera, mas confia no Senhor (Sl 55.22; 1 Pe 5.7).

c) Insucesso na vida afetiva. Há muitos que sofrem porque não conseguem se casar e constituir uma família. Isso também ocorre no meio evangélico. O remédio? Confiar em Deus. Ele é a solução para todos os nossos problemas.

d) Estresse.O estresse ocasional não causa neuroses ou outro tipo de doença da mente. Entretanto, o estresse constante tende a desenvolver enfermidades mais graves. Por isso, a Bíblia ensina que não devemos andar ansiosos (Mt 6.25), e que nossas ansiedades devem ser lançadas sobre o Senhor (1 Pe 5.5-7). Nesse sentido, a igreja deve ser instruída à luz da Palavra e da ciência social, pois, conforme nos ensina a Bíblia, devemos entregar o nosso caminho ao Senhor; confiar nele, e Ele tudo fará (Sl 37.5; Mt 6.33).

IV. OS SALVOS PODEM ADOECER
1. A 'Teologia da Prosperidade'. Os proponentes dessa falsa teologia ensinam que o crente fiel não pode adoecer – “se adoecer está em pecado, não entendeu o que é viver pela fé, além de estar dominado pelo Diabo”. Propalam que todo cristão deve viver uma vida plena, isenta de doenças; e que, na idade avançada, devem viver sem dor ou sofrimento. Segundo esses 'teólogos', quem fica doente não está reivindicando seus direitos como filho de Deus ou não tem fé. Que falácia! Tudo isso porque as suas mensagens visam agradar o ser humano e atendê-lo em suas necessidades restritas a essa vida, como saúde, prosperidade e bem-estar. O ensino bíblico, porém, é claro ao ensinar que muitas são as aflições do justo.

É válido ressaltar que “nem todas as doenças provêm do Maligno. E, queiram ou não os tais pregadores, toda carne é como a erva, e a glória do homem como a flor da erva (1 Pe 1.24). O ser humano se desgasta, pois o seu corpo é corruptível (2 Co 4.16). Um dia, os salvos se revestirão de incorruptibilidade (1 Co 15.54); por enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1 Jo 5.14; Mt 6.9,10), estamos sujeitos às enfermidades. Os pregadores da saúde perfeita sempre 'exigem' a cura e dizem que o Senhor cura sempre, pois a saúde é um direito do crente. Por que, então, Eliseu morreu em decorrência de uma enfermidade (2 Rs 13.14)? Por que Timóteo e Trófimo não foram curados (1 Tm 5.23; 2 Tm 4.20)? Estariam esses homens de Deus endemoninhados? Jó e Lázaro estavam igualmente possessos, quando adoeceram (Jó 1.1; 2.12,13)? Se a saúde é um direito do crente, por que ele fica doente? Em Salmos 41.3, está escrito: 'O Senhor o sustentará no leito de enfermidade; tu renovas a sua cama na doença'.' (ZIBORDI, Ciro Sanches. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.59-60.)

O fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação, como é comentado no item “V” a seguir, não significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não nos livra da morte física, conseqüência praticamente inevitável do pecado e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à doença. Jesus cura os enfermos, este é um sinal de que venceu a morte e o inferno, de que é o Salvador do mundo, mas daí a se dizer que todo salvo não fica doente há uma grande distância.

A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres de Deus que, apesar de terem uma vida de comunhão com o Senhor, adoeceram e, por vezes, até morreram doentes, sem que esta doença significasse qualquer desvio espiritual ou pecado por parte do servo do Senhor. A propósito, o profeta que maior número de milagres fez no Antigo Testamento, Eliseu, em que repousava porção dobrada do Espírito Santo que havia estado em Elias, diz-nos as Escrituras, morreu por causa de uma doença (II Rs.13:14).

2. O corpo ainda não está plenamente salvo. Na cruz, Jesus garantiu a salvação de nosso espírito, alma e corpo, dando-nos direito à vida eterna e à cura das enfermidades, em seu nome (Is 53.4,5; Mc 16.18). Entretanto, quanto ao corpo, o efeito da obra salvífica ainda não se manifestou plenamente. Isso porque, enquanto o espírito e a alma (o homem interior - 2 Co 4.16) são salvos no momento da conversão a Cristo, o corpo ainda aguarda a completa redenção (Rm 8.23; 1 Co 15.42-45,53,54). Todavia, isto não significa que não podemos ter uma vida saudável.

Um dia não haverá mais doenças nem morte (Ap 21.4). Porém, enquanto estamos aqui, devemos zelar pela nossa saúde física, mental e emocional. Precisamos lembrar que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, por isso, temos de cuidar de nossa saúde por meio de uma alimentação correta, repouso adequado, exercícios físicos, jejum e oração.

Se o crente adoece, a oração é o primeiro passo a ser tomado. “Quando você adoecer, ore. É o Senhor quem sara você. Depois, busque cuidado médico competente. Deus permitiu aos seres humanos adquirirem grande conhecimento das funções do corpo humano. Saiba que Deus pode curar mesmo quando os meios disponíveis à medicina não podem. Certa mulher, que passou toda a sua vida indo a médicos, sem conseguir ser curada por qualquer um deles, um dia simplesmente tocou na orla do vestido de Jesus, sendo instantaneamente curada(Lc 8:43-44). Às vezes, Deus responde de modo imediato, curando milagrosamente.Na maioria das vezes, no entanto, a cura vem através do repouso, boa dieta e bons cuidados médicos. Ir ao médico não é falta de fé;é um ato de sabedoria”(Como posso orar quando estou doente, Dougkas Connelly, CPAD, pg. 19-20).

V. PLANO DIVINO PARA UMA VIDA SAUDÁVEL (Êx 15.26)

A doença e a morte física não estavam projetadas para o homem, não faziam parte do propósito divino, mas que são resultado do pecado, conseqüências do pecado. Assim, quando Deus apresentou o Seu plano da salvação, esta teria, necessariamente, de propiciar um mecanismo de erradicação da doença e da morte física. A salvação é o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem, o retorno à condição originalmente prevista para o ser humano, demonstrando, desta maneira, tanto a fidelidade divina, quanto a Sua misericórdia.

A saúde do homem, portanto, é um objetivo perseguido por Deus quando do estabelecimento do plano da salvação. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1:29), ao tirar o pecado, haveria, também, de tirar tudo aquilo que era conseqüência do pecado, ou seja, a morte física e o seu corolário, que é a doença. Não é por acaso que, durante Seu ministério terreno, Jesus tenha, por diversas vezes, curado enfermos, como comprovação de que Seu trabalho, sobre a face da Terra, era restaurar aquele estado anterior ao pecado, um estado onde a doença simplesmente inexistia (Mt.8:16; 12:15; 14:14; 19:2; 21:14; Mc.1:34; 6:5; Lc.7:21). Na sua feliz síntese do ministério de Cristo, o apóstolo Pedro não deixou de lembrar que Jesus “…andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (At.10:38b).

O plano de Deus para a salvação do homem, portanto, abrange a cura das enfermidades dos homens, a erradicação da doença, o restabelecimento da saúde. Como Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8), continua a ser Aquele que foi dar saúde ao criado do centurião romano (Mt.8:7), o mesmo que foi anunciado por Pedro e que deu saúde para Enéias (At.9:34). Por isso, dentre as tarefas que o Senhor deixou à Sua Igreja, está a de curar os enfermos (Mc.16:18).

Tanto no Antigo como no Novo Testamento, o Senhor é apresentado como aquEle que sara as enfermidades do seu povo (Êx 15.26; Mt 8.14-17;1 Pe 2.21; Sl 103.3). No Antigo Testamento, a condição para experimentar a cura divina era a obediência à Lei (Dt 7.11-15), mas em o Novo, ela está disponível a todos quantos se convertem a Deus mediante a fé em Jesus.

Êxodo 15.26, apresenta algumas condições para que o homem viva uma vida abençoada e saudável. Vejamos:

1. Obedecer à voz do Senhor. Deus fez promessas maravilhosas ao seu povo como resultado da obediência (Dt 28.1,2). A obediência irrestrita a Deus põe o homem em comunhão com o Espírito Santo. Essa sujeição à vontade do Senhor, por meio do relacionamento do crente com o Espírito de Cristo, é fundamental para o equilíbrio emocional.

2. Fazer o que é reto diante de Deus. Mesmo sofrendo oposição dos que praticam o erro, o crente íntegro, sente paz com Deus e dorme com a consciência tranqüila, sob as bênçãos do Senhor. A integridade e a obediência a Deus produzem paz interior e equilíbrio emocional (Sl 55.22).

3. Guardar os estatutos do Senhor. Os estatutos são como uma regulamentação dos mandamentos de Deus. É a 'lei do Senhor' tão mencionada na Bíblia, principalmente nos Salmos. Esse 'plano de saúde' divino tem sua explicitação em outros textos, como por exemplo, Deuteronômio 7.15a: 'E o SENHOR de ti desviará toda enfermidade...'.

4. Jesus Cristo é o Médico Divino. Ele curou a muitos de enfermidades físicas (Mt 8.16); expulsou demônios (Mc 1.34); e concedeu, em seu nome, autoridade aos seus servos para também curar e expulsar demônios (Mc 16:17-18). Jesus não mudou; Ele é o mesmo (Hb 13.8). Em o nome de Jesus somos atendidos em nossas orações (Jo 14.13), mas é necessário estarmos em comunhão com Ele e com sua Palavra (Jo 15.7).

CONCLUSÃO
A Bíblia Sagrada afirma que o corpo do salvo é templo do Espírito Santo (I Co.6:19). Sendo templo, é algo que é sagrado, algo que se encontra dedicado para o serviço de Deus. Nosso corpo é morada do Espírito Santo, é a Sua habitação. Sendo assim, devemos manter o nosso corpo em perfeita santidade, porque Deus é santo. Não só não podemos usar nosso corpo como instrumento do pecado, porque isto é comportamento de quem não alcançou a salvação (Rm.6:12,13), como também devemos ter o corpo pronto para ser oferecido em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional (Rm.12:1).

Como templo do Espírito Santo e como instrumento de justiça e de adoração, o corpo do salvo não pode, em hipótese alguma, ser mantido em um estado de contaminação com o pecado, nem tampouco num estado de fraqueza e de debilidade que comprometa o nosso raciocínio, o nosso pensamento, o nosso discernimento, seja espiritual, seja natural. Precisamos ter um corpo sadio, para que nossas faculdades mentais tenham condição de também se desenvolver plenamente, sem o que não poderemos servir a Deus de acordo com a Sua vontade. Ter uma mente sã em corpo são é uma exigência divina para que possamos servir a Deus a contento, de acordo com a excelência da Sua santidade.

Precisamos cuidar do nosso corpo com muito zelo e equilíbrio. Como crente em Jesus Cristo, você tem procurado viver de modo equilibrado? Tem procurado realizar uma alimentação saudável? Se alguém viver em um edifício de propriedade de outra pessoa, procurará violar as regras do edifício? Como seu Criador, Deus nos concedeu uma espécie de 'manual do fabricante', que é a Sua Palavra.

Jesus veio destruir as obras do Diabo, que podem ser também doenças espirituais ou físicas, pois no Calvário se cumpriu às palavras: 'Ele tomou sobre si as nossas enfermidades...' Embora você cuide de sua saúde, é bom lembrar que na Bíblia, em várias ocasiões, Deus usou a dor, juntamente com outras aflições, como um instrumento para moldar o caráter de seus filhos. Embora ninguém queira ficar doente, as enfermidades aprofundam a nossa dependência de Cristo. Muitos crentes têm a saúde débil, mas espiritualmente estão fortes.




Corações escancarados!



Corações escancarados
à luz do sol que desponta,
portas abertas sem fechaduras.

Abre-se em mim, uma vontade de abraçar
o eterno ao sentir a harmonia de tão belo
dia, que nasce agora nesta alvorada.

Que sentir tão belo ecoa em mim,
nesta passagem para a eternidade
em que o pensamento viaja rumo ao infinito.

Quantas maravilhas neste momento,
enfeitam o mundo sem dor nem lamento.

São milagres pequeninos que sentimos
e estão sempre presentes, noite e dia,
desde que abro os olhos, logo pela manhã
até o sol se pôr, vivo a agradecer ao céu
que me cobre como um véu, esta alegria.

Viver é doloroso, quando se enfrentam
dores, doenças, perdas, frustrações, etc.
Mas é a nossa atitude que nos propicia
escolher o caminho a percorrer.

Alice Barros

Gesto de amor!



Acordo e espreguiço-me
ao meu lado está uma rosa branca
um cartão e um tabuleiro
com o meu pequeno almoço.

As palavras que leio
fazem-me chorar:
Querida e amada esposa,
obrigado por aqueceres
os meus dias, com o brilho
do teu sorriso que me ilumina,
pela tua presença valorosa
que irradia a minha vida...

Amo-te com todas as forças
do meu ser e da minha alma.

Chorei e fui ao seu encontro
retribuindo o seu amor
que encaixara no meu coração
como o perfume das pétalas
da rosa branca, que me falavam
do seu amor.

Abracei-o e sussurrei,
enquanto o teu amor me abraçar,
para sempre vou te amar...

Sorrimos enternecidos
certos de que o amor é uma arte
que se aprende em cada dia,
é preciso ter magia
querer e sabedoria
para reinventar
o amor, em cada dia.

Alice Barros

O sonho de Gabriela!



Procurou-me
com os olhos
cheios de lágrimas.

Dos três filhos,
um estava desnutrido,
queria ajuda e narrou-me
o que então acontecia!

Não tinha dinheiro
para comprar pão,
questionei:
como podia ser isso?

Enquanto ela narrava,
eu confrontava,
acabei por perceber
que o dinheiro que ela
recebia para cada filho
era gasto ali no bar da esquina,
a troco de vinho,
pelo homem com quem vivia.

Exausta, depois de ouvir
os pormenores sórdidos
propus-lhe apresentar queixa,
quando lhe vi o corpo pisado
a cada extorsão do dito dinheiro.

Ela a chorar disse:
Não posso fazer nada,
ele disse que me matava
a mim e aos nossos filhos...

Ofereci-lhe abrigo e protecção,
ela disse: Eu só quero pão,
porque amanhã já não os terei comigo
vão tirar-me os filhos.

Chorei quando pensei numa solução,
corri e fui ajudar,
falei com uma pedra de gelo,
daquelas que andam por aí,
também a arrancar esperanças
das vidas que a perderam
em vez de a recuperarem
juntos com ela.

As crianças iam ser encaminhadas
para um lar, a mãe que precisava
de ajuda iria ficar sem amparo,
e sem os filhos que amava.

Afinal em que mundo estamos
já não se recuperam corações
doentes?

A única solução é arrancar os filhos,
e aumentar a dor da infeliz?

Quando olho nos olhos da Gabriela,
vejo alguém que se perdeu,
alguém que poderia ter sido eu,
então limpo-lhe as lágrimas
e convido-a a meditar a vida.

Ela acorda, depois de lhe terem
arrancado os filhos,
e estende as mãos
em direcção ás minhas,
disposta a fazer tudo aquilo
que sozinha não conseguia.

Vai trabalhar, muda de cidade
e começa uma nova vida
encontra-se com um grupo
de pessoas com diferentes problemas,
a partilha dá-se ali,
o sorriso brota com emoção,
sem perder a razão, acredita
na recuperação, e vive atrás do sonho
de recuperar os filhos.

Recuperadas as emoções,
capacidades avaliadas,
mora agora numa casinha
ali mesmo na esquina
com os três filhos
que são a alegria da sua vida.

Gabriela é uma mulher-menina
que um dia teve um sonho
perdeu-se numa ilusão
dela ficou prisioneira
mas a tempo se libertou.

Hoje trabalha e estuda
olha para cima à procura
de um sinal, para poder avançar,
pois agora cada passo seu
é feito atrás do pó
das sandálias de Jesus.

Ficarão sempre na minha memória,
os olhos da Gabriela, a saltarem
felizes, quando mais três pares
de olhos se uniram aos seus
e corriam para abraçá-la,
depois é só imaginar, o que o amor
é capaz de fazer...

Alice Barros

Atitude



A atitude é mais importante
que a inteligência
(Q.I), a aparência
e o valor
que julgamos ter.

Algumas pessoas não precisam
de um transplante de coração,
mas de um transplante de atitude.

E graças a Deus é muito mais fácil encontrar
uma nova atitude do que um coração compatível!

Alice Barros

Cobre-me de rosas



Cobre-me de rosas
nesta noite de primavera
ofertar-te-ei o meu sorriso,
na espera dar-te-ei o meu coração.

Dá-me as cores do arco-íris,
sem ser preciso carregar no bolso
um espelho, para a luz do sol reflectir.

Carrega em ti a minha luz,
neste despertar dá-me todas as flores,
e com seus odores perfuma de amor
o meu coração,com a essência
a jorrar de ti em cada emoção.

Pelo teu amor, entrego a minha vida,
dar-te-ei tudo o que quiseres,
mas ama-me sempre com a cor
das flores e traz-me sempre
novos odores de amor a cada manhã.

Pelas flores que me ofertares,
cantar-te-ei o meu amor,
pelos odores de amor em cada manhã,
sentirás meu calor cheio de esplendor!

Serás para sempre o meu amado
e em cada madrugada, fria
acariciarei enquanto estiveres acordado
teu rosto nesta doce harmonia.

Traz-me os campos floridos,
em troca de dias lindos.
Dá-me apenas rosas de todas as cores
e por final cobre-me de amores perfeitos.

Dá-me flores agora, não tardes...
Cobre-me delas e fica a namorar-me
e quando acordares, lembra-te de mim
e delas para que quando eu te faltar
me guardes na memória, e te libertes!


Alice Barros

Coração do mundo!



A madrugada,
vai tombando fria,
dando lugar a mais um dia
que se avizinha,
convida a uma agasalho
depois de um dia em que o sol
despontou abrasador!

Ouve-se
ao longe
o respirar do coração do mundo,
aproximo-me e ele
cada vez mais distante,
num breve sussuro balbucia
é urgente derreter o gelo
que se instalou no globo.

A esperança
há muito que fez as malas
e abalou para terra incerta,
o importante é que ela nos visite
nem que seja em forma de fé
para crermos
que o amanhã será melhor
na eternidade,
porque o coração do mundo
jaz moribundo.

Alice Barros

Tem dias




Tem dias,
que o coração
tropeça numa lembrança,
e chora como uma criança,
a dor que havia enterrado.

Tem dias,
que o coração recorda
os queridos que partiram,
chora e o céu responde
com a chuva miudinha,
escondendo as lágrimas.

Tem dias,
em que uma dor
inquieta a alma,
mas vem o Espírito de Deus
com a sua paz, derramar
o seu consolo.

Tem dias,
que nem a mão
ao nosso lado nos conforta,
é quando passamos a olhar para cima,
bebendo as palavras da vida eterna.

Tem dias,
que somos fracos,
outros que somos fortes,
porque na força de Deus
nos fortalecemos,
e erguemos.

Tem dias,
que somos força
outros nada,
mas temos a certeza
que numa nova alvorada
as Suas misericórdias
nos vivificarão.

Tem dias,
assim,
e outros mais haverá,
que nada somos
para que Tu
nos engrandeças.

Alice Barros

Um dia morri, quando partiste!



Um dia morri
quando partiste,
levaste o meu coração
dentro do teu,
procurava no meu peito
e nele nem coração nem forças
só tinha a dor a amordaçar-me a vida
amava-te tanto, chorei a tua morte,
durante anos, foi na força do Senhor que venci.

Lembrava a cada instante,
cada lugar que contigo visitara
lembro as expressões com que nos olhavam,
o nosso amor era uma fonte
que dava de beber a quem passava.

Bebiam dos nossos olhos a felicidade,
das nossas bocas o sorriso
que emoldurava as nossas vidas,
o nosso respirar tinha melodia
que entontecia, as nossas mãos
tinham magia, eu corria, tu corrias...

Quando me alcançavas,recitavas-me palavras
que me embriagavam, voávamos dentro do amor
sentia-me tão especial, por te amar e ser amada
o teu amor vinha assim como um vendaval.

Eu sorria
com aquela expressão no rosto
que tu teimavas em dizer,
que tinha vindo do céu...

Hoje aqui estou eu,
a olhar para além do azul
para ver se te vejo
no reflexo da face do Pai
e ter a certeza de saber
que estás bem...

Senti saudades
do teu olhar, da tua mão
do teu sorriso
da tua vida na minha,
por instantes
morri para te encontrar.

Alice Barros