Elevo os meus olhos para o céu , de onde vem o meu socorro!

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sábado, 2 de abril de 2011

Aprendendo a tomar bastante cuidado!



A história do Bom Samaritano, contado por Jesus (Lucas 10:25-37), contém, em si, todo os ingredientes obrigatórios do moderno jornalismo: cobiça, crime, violência, sofrimento, ódio racial, indiferença social, amor e compaixão. O que, afinal, há de novo nela? O evangelho fala bem ao homem moderno.

Esta história foi contada por Jesus porque algumas vezes, durante o final do ano antes de ele morrer, um advogado (perito na lei judaica) interrogou-o sobre a maneira de se ganhar a vida eterna. Ele não estava pedindo informação, mas verificando para ver se o Senhor realmente conhecesse a lei. Estamos inclinados a imaginar seus motivos. Estava ele apenas tentando ser esperto e expor este “inculto” rabi? Estava ele impaciente sob os severos ataques que Jesus tinha lançado contra a hipocrisia e a ignorância de homens desta classe? Ou isso seria um esforço honesto para experimentar as declarações do Senhor? Para tais homens a lei era usualmente mais uma matéria de disputa do que um guia para a vida. Ele sabia bem o que ela dizia e respondeu rapidamente quando Jesus devolveu a questão ao “perito”. “Ame a Deus com todo o teu coração, alma e força, e mente, e a teu próximo como a ti mesmo”, ele disse. Rapidamente assim, Jesus situou o assunto onde deveria estar: “Você conhece a verdade, mas a vida vem por vivê-la”.

O advogado, deixado parecer um pouco tolo por perguntar uma questão tão óbvia, tenta recuperar-se por ter .perdido um argumento, levantando outro problema. “Isto tudo está bem e é bom,” ele parece dizer, “mas como saber quem é meu próximo?” Os escribas judeus faziam distinções muito cuidadosas entre “próximos” e “estranhos”. Jesus responde esta questão, não com outra questão ou afirmação exemplar, mas com uma história penetrante.

O cenário era familiar: a estrada de Jerusalém descendo até Jericó, uma descida íngreme que em 35 quilômetros desce 1000 metros através de uma desolação rochosa recortada por centenas de ravinas e despenhadeiros. Com exceção de uma moderna rodovia, a cena ainda permanece assim tão desolada hoje em dia. No tempo de Jesus, era um .antro de ladrões e bandoleiros.

A lição é levada pelo jogo dos caracteres que Jesus escolheu a se encontrarem “por acaso” naquele trecho desolado. Há, primeiro, a vítima desafortunada. “Um certo homem” que foi ferido seriamente, despido de suas roupas, e deixado pelos ladrões semimorto no deserto. Sem ajuda, ele estava destinado a morrer sozinho neste ermo árido. Ele poderia ser um homem qualquer, alto ou baixo, rico ou pobre. Pensamos nele como sendo um judeu, mas isso não é afirmado nem mesmo implicado.

Os ladrões

O s homens que o roubaram, tendo uma só coisa em mente, eram tão descuidados como uma alcatéia de lobos rosnando. Eles o usaram como a uma toalha de papel e o atiraram fora quando não teve mais utilidade. Nós não parecemos ser tão brutais, mas todavia usamos as pessoas, até mesmo em cenários religiosos. Usamo-las para alimentar nossos egos ou para satisfazer nossos próprios propósitos egoístas, e quando elas não mais nos servem, afastamo-las para o lado. É um tipo sofisticado de crueldade.

O sacerdote e o levita

N esta cena patética aparecem primeiro um sacerdote e um levita, homens notáveis sobre os demais por sua piedade religiosa. Sua presença nesta estrada não seria incomum, uma vez que estes servos de Deus especiais, duas vezes por ano, tinham que servir uma semana no Templo (1 Crônicas 24) e tinham que viajar de Jericó, uma cidade de sacerdotes, ou da Galiléia, através de Jericó, de modo a evitar Samaria. Destes homens, cuja tarefa era abençoar e servir seu povo, havia toda razão para se esperar compaixão. Não houve nenhuma. Eles passaram pelo “outro lado”. Mas a tragédia é que Jesus não está apontando isto para o incomum, mas para o usual: tão usual como ladrões na estrada de Jericó era esta “piedade” sem compaixão, que está preocupada com o sofrimento, porém não bastante para ultrapassar o temor ou a inconveniência. Eles, sem dúvida, tiveram boas razões para não parar: coisas mais importantes a fazer, não poder arriscar poluição para o serviço do Templo, não vale a pena dois homens serem roubados em vez de um, não se pode ajudar todas essas pessoas. Ou, talvez, como algum incrédulo humorista observou certa vez, eles puderam ver que o homem já tinha sido roubado! Sem dúvida expressaram seu ultraje por esta violência quando passaram cuidadosamente por ali.

Esta parte da história pode ter sido dirigida ao advogado, com sua religiosidade fria, didática; mas quem, entre nós, não se arriscou quando foi subitamente confrontado pela miséria física ou espiritual de outros? Somos afastados pelo risco que corremos, ou pela inconveniência de nosso horário, ou pela dor do sofrimento compartilhado ou pela simples demanda de tempo e dinheiro. Nós, também, podemos falar loquazmente sobre amar os outros, mas muito freqüentemente isso não tem significado.

por: Paul Earnhart

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