Elevo os meus olhos para o céu , de onde vem o meu socorro!

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Coloquei docemente as minhas mãos em cada coração






Abri as janelas da lua de par em par,
para ver se reconhecia aquelas formas
que sempre vejo a moverem-se
mas não tinha forma nenhuma
era apenas o meu amor
e o meu olhar que as criavam
e faziam girar...


Revirei pensamentos esquecidos
nas estrelas e arranquei-os docemente,
um a um, comecei a espalhá-los
em forma de melodia e o sol adormecido
começou a brilhar.

Coloquei docemente as minhas mãos
em cada coração, retirei toda a dor
e desolação, aspirei as angústias,
as dores e todos os tormentos
de cada ser vivente.

Por fim insuflei-lhes vida
e no lugar das dores coloquei
amor e paz e ao acordarem
respiravam diferente,
e por fim se sentiram gente
finalmente...

No coração, havia uma cantata
de amor que entoava em alta voz:

Hoje é dia de festejar
um novo dia, cheio de alegria,
tudo floresceu, quando amanheceu
tudo agora brilha com grande esplendor!

No lugar da dor, nasceu o amor,
e em cada provação, nasceu
com mansidão um hino de louvor,
porque se nós quisermos
podemos sossegar a nossa vida,
precisamos deixar de vaguear
em círculos, é tempo de acordar...

Viver, olhar para o lado
sorrir e desfrutar, ajudando,
amando e doando para o amor
germinar e sorrir abençoando.


Alice Barros



De olhos fechados suspensa no ar






Abro a porta,
o vento sacode
as janelas com ímpeto,
é enternecedor, refresca,
renova o ar, suaviza o ambiente
ganha um novo fôlego, a aragem
é inebriante, calma,
a paz lateja nos pensamentos
e cai devagarinho, roçando o coração
deslizando pela alma que ama
e guarda um sorriso
que se revisita, no rosto
que se perde buscando
um olhar, apenas um olhar,
com nome...

Olha a linha do horizonte,
e lá, na linha que o define,
o encontra sobre o fio que o demarca,
e como um trapezista
vai pela vida, arriscando, equilibrando
mais um passo e de olhos fechados
suspensa no ar, os pés estão lá
seguros, o vento bate, açoita
fustiga, mas nada se mexe
porque o fio é como uma rocha
que sustém os pés, e vai embalando
no pensamento uma canção, cuja melodia
explode em acção e força:

Tudo posso naquele que me fortalece...

E aquela que sou eu, porque creio,
venço em meio ás tormentas,
crendo que sou vencedora
e sei que chego lá,
mesmo nas voltas da revolta.

Ilesa, solto-me, jogando-me
no infinito que és Tu,
para mais uma vez desfrutar,
o belo que me dás na ausência.

Porque presença e ausência
é algo que não importa,
quando esperamos, quando o querer
e o amor gritam no coração,
e explodem na alma,
vivificando-se no espírito,
fortalecendo-se, ele acalma
e vive derramando amor
e o seu grito ama com a chama
do amor incondicional.

Alice Barros


Uma amiga que se transportara para a infância do presente





Ela era como um íman
escrevia sentia
e o Espírito testificava
uma amiga que se transportara
para a infância do presente.

Na infância devorávamos livros
escrevíamos e inventávamos
amigos imaginários, apenas
sonhávamos, o nosso encontro.

Ele deu-se um dia,
quando menos esperávamos
lá estávamos nós na vida uma da outra
docemente, suavemente, mão na mão
unidas pelo amor do PAI.

Somos inseparáveis
sabemos estar na vida uma da outra
os nossos gestos são de veludo,
como uma pluma, esperamos,
amamos, silenciamos, oramos,
cuidando-nos e o nosso amor e carinho
é feito de doação sem cobranças,
saber querer e querer bem.

Somos palhaças, tudo é motivo de alegria,
e até nos momentos menos bons que já vivemos,
rimos para que a dor se tornasse um nada
diante de tanto que ainda temos para viver...

Somos felizes, ajudamo-nos mutuamente
nesta distância, aonde um oceano nos separa
mas é desta menina que eu gosto,
com o coração feito de pureza e delicadeza.

Mora na Bahía a menina, que todos os dias
me faz trançinhas no cabelo e pinta
o meu sorriso com as cores do arco-íris
para que o sol venha radiante e inunde
a sala do nosso coração...

Ela é ímpar somos amigas, sonhadoras
e nestes longos anos nunca nos zangamos,
somos delicadas, frontais, conselheiras,
amigas em todas as horas, uma levanta
e ergue a outra em momentos de crise,
festejamos natais e aniversários juntas
nesta distância e o amor que sentimos
vem da alma e o Espírito o intensifica
nesta doação de coração com coração.

Amo-te amiga do meu coração que sejas sempre feliz!

És o mais belo presente que Deus me deu,
jamais esquecerei que em momentos tão difíceis
sempre estiveste lá a segurar a minha mão,
junto com a mão do Pai.

Beijinhos e obrigada por seres esse anjo bom
que habita o meu viver...

Te amo amiga, com o mais belo e puro amor,
um amor incondicional que jorra da sala
do trono.

Unidas pelo amor do Pai sempre,
que Deus te abençoe!

Alice Barros, sempre (Li)



A confiança fecundava





Era uma metade de mim que vivia
estava lá a deambular pela morte
a esperança puxava-me
as células traíam-me
a coragem vertia
a resistência aumentava
a confiança fecundava
rios de esperança
a fé brotava e o milagre
despertava os sentidos
porque cria e cria
que venceria, por isso
nada me roubava o sorriso
e ao acordar louvava mais um dia...

Alice Barros


Vida que pulsa





Crescia no infinito
foi o coração que o gerou
gota a gota foi enchendo o oceano
da vida, vive em compasso
e não ao acaso
fazendo acaso de tudo
semeia e colhe
gota a gota hoje entra nas veias
como algo que lhe insufla vida
e ali prostrada aguarda
novas de uma nova vida
vivendo ainda com esperança.

Alice Barros