Voei para dentro de mim
e pesquisei o coração
nele encontrei um jardim,
repleto de verdade e emoção.
Mergulhei bem mais fundo
e num baú escondido,
veio ao cimo um profundo
arrepio que pensava ter desaparecido.
Pensamentos pesquizava em cada compartimento
uns reprimidos, outros esquecidos
e nas asas do amor encontrei algum alento
as dores esquecidas vieram com gemidos.
Encontrei-me com as perdas e chorei
arrependi-me também dos erros que cometi,
lembrei-me da incapacidade com que me deparei
quando a doença me assolou me fez ficar assim.
Deixei a dor fluir, para depois a libertar
e chorei porque apesar de ter aprendido também perdi.
mas de repente uma luz me iluminou e me veio tocar
era a presença do Espírito que me veio consolar.
No baú me debrucei e da dor eu esqueci
em cada tecido encontrei os personagens que senti
que me fizeram viver as fases que extingui
sem que esquecesse as imagens pensando que sobrevivi.
Saiu o odor da ternura e até me fez corar
porque com ela faço muitos desconfiar
em cada palavra tecida o coração faz amar
e a desconfiança espreita para a fazer calar.
Subiu do baú a bondade e a generosidade
e lembraram-me das vezes que passei sem dormir
para as vidas acolher e deitar fora a ociosidade
e acabei por vestir a paz que verteu sem sumir.
A Pureza saltou e começou a cantar a doçura
do amor, carregada numa flor e no corar
da face que com gigantescos gestos de ternura
me faziam sentir singeleza no doce saber amar.
A fé saltou feliz e na esperança trouxe
a força da confiança, para enfim resistir
e neste voo encontrei tantos sentimentos
mas o amor foi o único que a liberdade me trouxe.
Por: Alice Barros
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