Foi assim tão de repente,
como se lhe atirassem um sorriso da lua
desenhado pelas mãos do Criador!
Esculpido pelo artesão do amor
pelas madrugadas celestiais
o sorriso despertou-a.
O primeiro carregava o universo,
os seguintes iluminavam-lhe o rosto
em forma de verso e acordavam-na
da realidade, conduzindo-a ao sonho
inebriando-a num sorriso glorioso.
O amor brotava aguçava-se a cada sorriso
que ia e vinha e já não ouvia mais o mundo,
tinha uma doce e maravilhosa sintonia,
já não conseguia controlar o sorriso
sem que todo o seu corpo vibrasse.
A balada de amor que embalava o sorriso
era tão intensa que senti-la a cada
esboçar de lábios, não bastava, beijava.
Era preciso deixar que o sorriso
invadisse todos os seus poros
até que ela sentisse a melodia
do amor na sua boca...
Quis ver o sorriso, mas os olhos
fechavam-se pela luz que deles irradiava,
viu então que os seus lábios bailavam.
Os sorrisos cheiram a sonhos,
e os sonhos têm o sabor e os cheiros
que lhes damos, nesta dança
inventamos doces fragrâncias...
Encheu o ar de perfume de rosas
o sorriso enlaçou-lhe o olhar.
Era ele quem ela amava, era ele
que lhe sorria numa madrugada fria,
ela que sempre fora par solitário
dos sorrisos dele.
Ele dançava agora mesmo, sozinho
sentou-se e quando pegou no papel
desenhou nele os lábios dela
e foi contornando os seus lábios
e desenhava a sua boca que sempre sorria
e dos seus olhos caía agora uma chuva
miudinha de tanto sorriso sentir-se ser...
Alice Barros
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